O médium é um ser iluminado? É um missionário ou alguém especial, superior aos demais, com prerrogativas de mensageiro divino? Ou é um ser perturbado, iludido, dominado por forças diabólicas? Mediunidade é uma benção ou uma maldição?
Na verdade, nem uma coisa, nem outra. Como assim? Isso mesmo. Não é benção, nem maldição. A mediunidade, como todas as demais aptidões humanas, é neutra. A inteligência humana é uma aptidão neutra. Em si mesma, ela não constrói, nem destrói. Se o portador da inteligência irá construir pontes, escolas, polos de progresso ou bombas, esquemas de corrupção e enriquecimento ilícito, dependerá da evolução moral de quem a possui.
Assim também é a mediunidade. Essa aptidão do espírito humano em si mesmo é neutra. Ela foi confiada à criatura que já possui evolução suficiente para lidar com ela, mas que dará utilidade à mediunidade para o bem ou para outras finalidades, de acordo com sua própria evolução moral, suas crenças e seus valores. Tudo dependerá de como ela será utilizada.
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E o médium? É um ser abençoado?
O médium, aquele que tem a capacidade de ser intermediário entre o mundo invisível, espiritual e o mundo material, tem em suas mãos um presente. Ele é o primeiro a receber bênçãos pelo conhecimento e experiência que adquiri ao ter de lidar com os dois mundos. E às vezes é bem desafiador.
Tudo o que presencia no mundo espiritual, serve a ele como informações importantes para o seu próprio crescimento.
De fato, tudo o que o médium recebe, quer seja pelo que vê, ouve ou escreve, é em primeiríssimo lugar, destinado a ele próprio. Depois, aos demais. Então, a mediunidade é uma oportunidade maravilhosa de crescimento e evolução para o próprio médium.
E por que eu sou médium?
Não há uma resposta única para essa pergunta. Depende. Para cada um há um motivo e objetivo próprio. Muitas vezes a mediunidade é imposta ao indivíduo para que ele cresça, aprenda com a possibilidade de vislumbrar constantemente o mundo espiritual.
Outras vezes foi a própria pessoa que escolheu uma determinada tarefa que envolva a mediunidade, com o objetivo de servir a Deus, ajudando o próximo.
E em muitos casos, é uma tarefa confiada àqueles que já estão com maior desenvolvimento espiritual e concordam em dedicar suas vidas para servir o bem comum.
Agora a mediunidade em si, não diz diretamente nada sobre a evolução daquele que a possui. Ou seja, a pessoa pode ter uma enorme capacidade mediúnica, mas não ter evolução moral. Por isso, mediunidade em si não quer dizer muita coisa. É o uso que se dá à mediunidade, grande ou pequena, que demonstra a grandeza moral ou o esforço por crescimento que a pessoa está fazendo.
Mediunidade não é sinal de evolução. É sinal de que Deus nos concedeu uma oportunidade a mais para crescer. Nesse sentido, é um grande presente.
Alguns tipos de mediunidade
– Mediunidade de efeitos físicos – capacidade de produzir fenômenos materiais, como movimentos de objetos e ruídos.
– Mediunidade sensitiva – capacidade de sentir vagamente a presença dos espíritos.
– Mediunidade de audição – capacidade de ouvir a voz dos espíritos. Algumas vezes como se fosse uma voz interior, dentro da própria mente, noutras vezes é uma voz exterior, clara e distinta.
– Mediunidade de vidência – capacidade de ver os espíritos. Pode acontecer estando o médium acordado ou em estado de sono.
– Mediunidade de cura – capacidade de curar pelo toque ou imposição de mãos.
– Mediunidade de psicografia – capacidade de transmitir através da escrita os pensamentos e/ou sentimentos dos espíritos.
Há outros tipos de mediunidade. É uma aptidão ampla, permeada por detalhes específicos, e representa um vasto campo para o estudo científico. O certo é que a ciência tem comprovado mais a cada dia esse maravilhoso potencial humano. Estamos começando a desvendar esse conhecimento.
Como posso desenvolver minha mediunidade?
A mediunidade aparece na vida do médium de forma muito diferente para cada um. Alguns percebem traços de sua aptidão muito cedo.
Outros, que nunca se supõem completamente insensíveis ao mundo espiritual, de súbito, começam a apresentar alguns sinais, como a taquicardia, que para grande parte dos médiuns, é a certeza da aproximação e contato de espíritos.
Em outros as emoções dos espíritos começam a se manifestar como se fossem suas próprias emoções e a pessoa começa a ficar muito confusa. Quando o indivíduo apresenta sinais de que está começando a ter contato com o mundo invisível, logo se pergunta: e agora? Vou ser obrigado a desenvolver a mediunidade?
E a resposta é categórica: nem sempre. Depende de cada caso. Entretanto, há uma unanimidade. A primeira coisa a se fazer é buscar o equilíbrio emocional e espiritual. E o conhecimento do que é a mediunidade. Depois vem o autoconhecimento, para compreender melhor o que o aparecimento da sensibilidade pode significar especialmente para você. Identificando e separando o que são seus pensamentos e emoções, do que são os pensamentos e emoções dos espíritos, você poderá escutar também a orientação de seu anjo da guarda e orientador espiritual, que irá, então, dar as respostas específicas para o seu caso.
Há ainda a possibilidade de receber orientação vinda de um médium mais experiente e isso é muito bom quando acontece. Mas a decisão será sempre e somente sua, se quer ou não exercitar sua mediunidade e usá-la para servir ao próximo.
Eu quero, e agora?
Ao decidir desenvolver sua mediunidade, começa uma longa jornada de descobrimento do invisível. Um caminho emocionante, de crescimento espiritual, feito de muitas escolhas difíceis, que exigem dedicação e vontade de mudar, de se transformar para servir melhor.
Para tornar-se um médium experiente, é preciso dedicação, paciência e humildade, pois se leva tempo, bastante tempo, para ter suficiente vivência de diversas situações com o mundo espiritual, que lhe confiram bagagem para compreender amplamente o fenômeno e os impactos deste na vida das pessoas. E poder ser cada vez mais útil aos amigos espirituais, servindo o Bem.
Como em qualquer outra aptidão ou habilidade, o exercício constante aprimora e amplia a capacidade. Assim também ocorre com a mediunidade, que ao ser exercitada com paciência, simplicidade, honestidade e humildade, vai conferindo confiança e crescimento ao médium.